Iraque: inqu茅rito e elei莽茫o
O primeiro-ministro brit芒nico, Gordon Brown, dep么s nesta sexta-feira no , aquele que investiga as raz玫es pelas quais a Gr茫-Bretanha se aliou aos Estados Unidos na invas茫o do pa铆s 谩rabe. Repetiu o que j谩 havia dito seu ex-chefe, Tony Blair: a decis茫o de ir 脿 guerra contra Saddam Hussein foi, na sua opini茫o "correta, tomada pelos motivos certos". Brown, que na 茅poca era ministro das Finan莽as, ainda afirmou que "Estados fora-da-lei" n茫o poderiam livremente desrespeitar a legisla莽茫o internacional. Ou seja, a guerra contra o Iraque serviria como um aviso para outros Estados considerados criminosos, especialmente aqueles do chamado "Eixo do Mal" do ent茫o presidente George W. Bush.
Sete anos depois, o que sobrou desse aviso da alian莽a anglo-sax茫 para o resto do mundo? A foi definida em documento de 2002, segundo o qual os Estados Unidos consideravam ter o direito de agir preventivamente contra poss铆veis inimigos. Mas a trag茅dia do Iraque, que revelou a incapacidade dos Estados Unidos de derrotar inimigos mesmo em na莽玫es muito pobres, fez com que a doutrina fosse abandonada. No segundo mandato de Bush, ela nem era mais mencionada em Washington. Com a chegada de Barack Obama 脿 Casa Branca, a estrat茅gia tornou-se apenas um documento hist贸rico.
As respostas de Gordon Brown ao inqu茅rito remetem a um tempo em que outros valores imperavam na pol铆tica internacional, mas que, em poucos anos, desapareceram. Brown afirmou que, se nenhuma a莽茫o fosse tomada contra Saddam Hussein, "a nova ordem mundial que n贸s est谩vamos tentando criar seria colocada em risco". Que nova ordem seria essa? Uma ordem baseada no incontest谩vel poderio pol铆tico e militar dos Estados Unidos, com apoio incondicional da Gr茫-Bretanha, num processo financiado por um expansionista capitalismo financeiro. Sem questionar se esse caminho era positivo ou n茫o para o mundo como um todo, o fato 茅 que ele ruiu muito antes de se estabelecer. O poder militar americano foi destru铆do por bombas de fabrica莽茫o caseira, acionadas por telefones celulares nas beiras das estradas iraquianas e afeg茫s. O poder pol铆tico de Washington mostrou-se p铆fio, com sua incapacidade de levar avan莽os ao conflito entre israelenses e palestinos ou de impedir que Cor茅ia do Norte e Ir茫 tornassem-se mestres no dom铆nio da energia nuclear. O capitalismo financeiro que financiava esse projeto, como sabemos muito bem, desabou em 2008 e ainda mal consegue se reerguer. A "nova ordem mundial" envelheceu, e em seu lugar parece surgir um mundo muito mais multipolar, em que China, 脥ndia, Brasil e outros conquistam cada vez mais espa莽o.
Enquanto isso, muito longe das confort谩veis salas do Inqu茅rito sobre o Iraque, o pr贸prio Iraque vai 脿蝉 urnas. As elei莽玫es deste fim de semana devem consolidar um processo de pacifica莽茫o pol铆tica, apesar das insistentes bombas que alguns suicidas seguem detonando no pa铆s. O Iraque que parece surgiu neste p贸s-guerra, do qual os Estados Unidos pretendem retirar suas tropas at茅 o final do ano que vem, 茅 um Iraque sem d煤vida mais democr谩tico do que nos tempos de Saddam Hussein. Mas nem por isso 茅 mais pr贸ximo de Washington ou do Ocidente. Os iraquianos xiitas devem consolidar seu dom铆nio pol铆tico no Iraque, possivelmente aproximando o pa铆s ainda mais de seu vizinho e ex-inimigo, o Ir茫 dos aiatol谩s. Ir茫, por sinal, tamb茅m uma for莽a significativa, neste mundo que se parece cada vez menos com a "nova ordem mundial" que Gordon Brown "tentava criar".
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Brown est谩 certo, mais ainda ao citar, a famosa frase sect谩ria, cunhada na nota de um d贸llar, "Nova Ordem Mundial", j谩 citada em 80 por George Bush, e em 1919 por outro presidente Americano, John Woodrow, no qual se refere as sociedade secretas e como de seu submundo arquiteta e na superf铆cie (sociedade) surge o efeito desejado.
Justificar a participa莽茫o de cidad茫os Brit芒nicos, numa guerra embasada nas mentiras de Bush sobre as inexistentes Armas de destrui莽茫o em Massa ou combate ao terror e outras tram贸ias expl铆citas, 茅 a coisa mais absurda que a humanidade, por covarde apatia, ter谩 que registrar em sua hist贸ria.